Motivos são por problemas com fornecedores e nos prazos de compra.
Outro problema apontado pelos pacientes é a falta de médicos.
Moradores do bairro Jardim América, na Zona Norte do Rio, denunciaram através do Whatsapp do Bom Dia Rio a falta de medicação no Centro Municipal de Saúde Nagib Jorge Farah. A reportagem desta quinta-feira (9) mostrou o drama enfrentado pelos pacientes.
Tão complicado quanto dizer o nome dos medicamentos, é saber quando eles vão estar disponíveis no posto de saúde. “Não tem o número 3, que é o Sinvastatina, o número quatro, que é o Hidrocloriazida e o Cálcio. Não tem data, não tem data de ter o remédio”, disse Leda Marques.
A situação da Leda é a mesma de vários outros pacientes atendidos pelo Centro Municipal de Saúde Nagib Jorge Farah.
“Eu vim aqui procurar a pentoxifilina, por causa da síndrome de Renault,que é causada pelo Lúpus, porque eu tenho diagnóstico de Lúpus, e o Omeprazol. Toda noite eu passo mal por falta desses medicamentos”, disse Rejane Cardoso.
“Toda vez que venho aqui, 'acabou', 'acabou'. Não tem, não tem”, disse Antônia Nascimento.
Sueli mostrou a conta da farmácia, ela pagou R$60 por um remédio de uso contínuo, que deveria ser de graça. O marido precisa da medicação para controlar um edema pulmonar.
“Tem três meses que a gente vem aqui e não tem nada. Dão algum prazo pra chegada? Não, vai vir, mas não vem. A gente precisa da vida, tem que ir pra farmácia comprar”, disse Sueli Vasconcelos.
O representante da Associação dos Moradores do bairro, Silva de Oliveira, já ouviu muitas dessas queixas. Ele foi até a unidade de saúde e encontrou colado na parede a relação dos produtos em falta. O papel foi retirado, mas as reclamações continuam.
“Muita gente faz os exames e depois não consegue o remédio. Muita gente também não tem condições de comprar o remédio. Essa falta de remédio atinge em cheio a população, o usuário, especialmente o usuário de baixa renda, até porque o remédio está muito caro”, disse o representante dos moradores.
A lista de itens em falta representa quase 15% de um total de 214 medicamentos que a prefeitura tem a obrigação de disponibilizar gratuitamente nas mais de 200 unidades de atenção primária da capital. São remédios para doenças crônicas, como a hipertensão e a diabetes, além de analgésicos, anti-inflamatórios e antibióticos.
A Secretaria Municipal de Saúde reconheceu a falta de alguns medicamentos em Clínicas da Família e em Centros de Saúde do Rio de Janeiro e disse, que os motivos são por problemas com os fornecedores ou nos prazos dos processos de compra.
O remédio para a pressão alta ainda não tinha chegado na quarta (8) e a equipe do Bom Dia Rio encontrou um paciente mais uma vez na saída do Posto rumo à farmácia.
“Eu sempre peguei remédio aqui, mas tem três meses que eu não pego, que não tem. Sempre eu venho aqui: "não, não chegou". Eu vou à farmácia e compro, porque eu não posso ficar sem o remédio”, disse Antoniel Santos.
Outro problema apontado por várias pessoas que estão na fila por uma consulta é a falta de médicos. Maria Luzia está com novos exames prontos, mas disse que não tem ninguém para ver. “Eu fiz o primeiro exame e eles sumiram com o meu exame. Agora já fiz outro, mas vai vencer, porque não tem médico para avaliá-lo”, disse ela.
Marina Conceição tem pedra no rim, quer passar por uma avaliação, mas ainda está na espera. “Eu estou a seis meses aguardando um médico clínico. Eu marco, chego aqui, não tem médico, o médico foi embora, o médico saiu de licença. Agora eu estou tomando água direto, por causa do meu rim", disse ela.
A Secretaria Municipal de Saúde informou que o Centro Municipal de Saúde Nagib Jorge Farah conta com oito equipes da Saúde da Família, sendo sete completas e uma com um médico em processo de substituição, mas também não disse quando esse processo vai terminar.
Ainda segundo a Secretaria, na unidade eles têm um clínico, dois pediatras, dois ginecologistas e um dermatologista. Dos remédios que estavam faltando, na lista com 30 medicamentos, 16 já estão com o estoque normalizado e outros quatro devem estar normalizados nas próximas semanas. Entretanto, os outros 10 ainda não há uma data estimada para a reposição.
Do G1 Rio
09 de Abril de 2015 - 08h14
0 Comentarios