Vista do Distrito de Alegre, em Condeúba, onde o Voluntários do Sertão prestou atendimentos (Foto: Milena Aurea / A Cidade)
Helena e Gislaine se encontraram nas filas de atendimento. A primeira é voluntária, técnica de enfermagem de Ribeirão Preto. A segunda é paciente, e grita por ajuda.
Desde os 17 anos, Gislaine Rocha Dutra luta contra o lúpus. Está com 20 e não conseguiu melhora alguma. O corpo, inteirinho marcado pela doença, passou muito tempo escondido. "As pessoas me apontam na rua como sarnenta, leprosa. Muitas pessoas se afastaram de mim".
Entre problemas familiares, Gislaine foi esquecida. Largou a escola por vergonha, sai de casa o mínimo possível, perde o sono. "Tem noite que eu saio andando, de tanta dor. Não dá para dormir. Tem outras que eu choro".
Em Ribeirão, Helena Bernardes Faria viveu história parecida. Com os recursos médicos que a cidade tem, enfrentou facilmente, no entanto. A filha da técnica de enfermagem também tem lúpus. "Minha filha hoje vive muito bem. Tem qualidade de vida".
É isso que Helena está buscando para Gislaine. Decidiu que não vai embora sem a moça. "Enquanto eu viver, vou batalhar por ela. As pessoas precisam ter oportunidade. Ela precisa viver bem, aproveitar a vida. Ela tem esse direito".
Desde o começo da semana, está buscando uma forma de embarcar Gislaine e já começou os contatos com médicos de Ribeirão. "Se precisar, eu pago a consulta para ela", diz, cheia de convicção. O projeto tem data para terminar. Os laços permanecem.
Por Jornal A Cidade
24 de Abril de 2015 – 20:06
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